
Mártir da Discriminação
BRASÍLIA – DF * 20/04/1997
Galdino Jesus dos Santos, indígena da etnia Pataxó, do Sul da Bahia, 44 anos, tinha ido à Brasília mais uma vez para exigir a devolução das terras Pataxó, griladas por fazendeiros. Cansado pelas manifestações e outras atividades do “Dia do Índio”, na madrugada do dia 20, Galdino estava dormindo num ponto de ônibus. Passando por ali cinco rapazes em atitude de farra resolveram queimá-lo derramando combustível em seu corpo e ateando fogo.
Líder Pataxó e símbolo da resistência do seu povo, que há cinco séculos vêm sofrendo em primeira linha as investidas da dominação invasora, Galdino tornou-se também vítima-símbolo da discriminação e do sadismo de uma “civilização” desumana.
Quatro anos depois do crime, Max Rogério Alves, Eron Chaves de Oliveira, Tomás Oliveira de Almeida e Antônio Novély Cardoso de Vilanova foram condenados pelo júri popular a 14 anos de prisão, em regime integralmente fechado, pelo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou defesa à vítima). Já o adolescente, G.N.A.J. foi condenado a um ano de medidas socioeducativas.
No local onde ocorreu o crime foram colocadas 2 esculturas relativas ao assassinato de Galdino: uma retrata uma pessoa em chamas e a outra representa uma pomba, símbolo da paz. O local passou a ser chamado “Praça do Compromisso”.
Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada,
a partir de pesquisa na internet e da Galeria dos Mártires.