GABRIEL SALES PIMENTA

País do martírio:

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Mártir da Luta Camponesa
MARABÁ-PA * 18/07/1982

Gabriel Sales Pimenta, advogado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, PA. Primeiro advogado da história de Matabá a conseguir caçar uma liminar “ilegal e abusiva” que pretendia expulsar 158 famílias das terras de “Pau Seco”. Por esse feito começou a sofrer ameaças de morte por parte do fazendeiro de Pau Seco em dezembro de 1981.

As ameaças de concretizou em 18 de julho de 1982. Foi assassinado em frente a sua casa, e o mandante do crime foi o fazendeiro Manoel Cardoso Neto (Nelito) conforme evidências apuradas no inquérito policial, tendo José Pereira da Nóbrega (Marinheiro) como intermediário e Crescêncio Oliveira de Sousa como executor do crime.

O processo criminal teve início em 1983 e se arrastou por 23 anos. Quando Nelito foi preso, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará decretou a extinção do processo em razão da prescrição do processo em 2006, prevalecendo a impunidade.

A memória do Gabriel Pimento segue bem viva nas lutas do povo.
Foi homenageado em 2005 pelo diretório acadêmico da Faculdade de Ciências Jurídicas de Juiz de Fora, que recebeu o nome de Diretório Acadêmico Gabriel Pimenta; igualmente, o Centro Acadêmico de Direito Gabriel Pimenta (CAGP), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, em Marabá, também optou por homenagear o defensor popular. Um bairro surgiu em seu nome e no bairro a Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Gabriel Sales Pimenta.

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

Para Gabriel Pimenta, advogado do povo

Houve um silêncio vermelho
Quando Gabriel se foi
Um silêncio de enxada
De foice e martelo
Silêncio de rio
E de madrugada
Houve um silencio de mata
de tarde caindo
de mão calejada
criança dormindo
silêncio de nuvens
Quando Gabriel se foi
o ar ficou suspenso
o gesto inacabado
adiado o grito
indefinido o fato
Onde os olhos de Gabriel
onde seus sonhos
sua bravura
sua ideologia
Houve um silêncio de nada
silêncio de tudo
silêncio espêsso
quando Gabriel se foi
O camponês interrompeu a lida
pressentiu o eco do tiro
do companheiro a ferida
O operário calou a máquina
curvou o dorso
adiou do patrão
o lucro
Uma cortina de silêncio
emudeceu as coisas
um revolucionário foi morto
Aos poucos um ruído
se fez ouvir na distância
um eco de vozes
enchendo os campos e cidades
como um vento em uma vela
como o revoar compassado de
andorinhas
como as ondas crescentes
de uma repentina maré
e tudo se moveu nos fragmentos
do silêncio
Aos poucos
cabeças indóceis se ergueram
mãos ávidas se procuraram
irrompendo
em gestos de fogo e sangue
o clamor dos oprimidos
Gabriel Pimenta!
Bandeira em punho
Respondemos todos: presente!

GABRIEL SALES PIMENTA, Presente na Caminhada!

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