A missionária agostiniana recoleta Cleusa Coelho, uma das protagonistas do 2º Encontro da Irmandade dos Mártires no Brasil

Por Agostinianos Recoletos

“O encontro foi extraordinário e resiliente, principalmente pela força e porque optamos por dar continuidade às lutas da Igreja e às suas causas através desta Irmandade de Mártires.”

Nos dias 13 e 14 de julho, na Casa de Espiritualidade Martirial Pedro Casaldáliga, em Ribeirão Cascalheira/MT (Brasil), foi realizado o 2º Encontro da Irmandade dos Mártires com o tema “Nas causas da vida, as causas do Reino” e o lema “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33).

Claudelice Santos, que dirige uma fundação que lembra pessoas assassinadas no Brasil por defenderem o meio ambiente, o Instituto Zé Cláudio e Maria, resumiu este Segundo Encontro como um espaço de transmissão de força e esperança: “Foi extraordinário e resiliente, principalmente pela força e porque optamos por dar continuidade às lutas da Igreja e às suas causas através desta Irmandade dos Mártires”.

Entre os participantes estava a Irmã Josefina Casagrande, missionária agostiniana recoleta, cujo papel fundamental foi propor, relembrar, promover e destacar o exemplo de Cleusa Carolina Rody Coelho, membro de sua Congregação e da Família Agostiniana-Recoleta assassinada em Lábrea (Amazonas, Brasil) por sua defesa dos direitos dos povos indígenas.

Um total de 120 pessoas reuniram-se na cidade de Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, representantes de ordens e congregações, fundações e sindicatos, instituições e pessoas em particular, que lutam pela preservação da Amazônia e de seus povos, pelos direitos humanos e pela ecologia integral. Embora a maioria dos presentes fossem brasileiros, também havia convidados da Guatemala e da Alemanha.

Estas organizações denunciam o uso abusivo e predatório dos recursos da floresta amazônica tendo o lucro como único critério; as injustiças e ilegalidades que ocorrem com a exploração madeireira massiva, a busca insaciável e poluente por minerais e o desprezo público e evidente pelas terras dos povos indígenas, que necessitam desse espaço vital para sobreviver com seu modo de vida e cultura próprios.

Em Ribeirão Cascalheira fica o Santuário dos Mártires da Caminhada, centro espiritual de primeira ordem na luta eclesial pelos direitos dos povos da Amazônia e pela defesa da ecologia integral.

Dentro do programa de atividades, estão a apresentação dos testemunhos e exemplos daqueles que deram a vida e, com o seu martírio, lembraram a necessidade desta luta dentro da própria Igreja: mártires do meio ambiente, mártires da causa indígena, mártires da causa ribeirinha, mártires da causa negra (quilombos).

O bispo dom Pedro Casaldáliga fundou este Santuário dos Mártires em 1976, no mesmo local onde a polícia assassinou o jesuíta João Bosco Penido Burnier por denunciar e tentar impedir as torturas que sofriam duas mulheres camponesas.

No 20º aniversário desse assassinato em 1996, o santuário foi restaurado e ampliado. Contém em seu interior fotos e legenda de todos os mártires da Amazônia, inclusive da Irmã Cleusa.

Os objetivos da Irmandade dos Mártires são: manter a memória daqueles que deram a vida para defender os mais vulneráveis da Amazônia; assumir suas causas para fortalecê-las e implementá-las; estimular a celebração de cada martírio; compartilhar informações sobre as celebrações (romarias, vigílias, manifestações); produzir e distribuir material biográfico e de sensibilização e manter vivo o testemunho, o exemplo e as causas dos mártires.

Vidas pela Vida,
vidas pelo Reino,
vidas pelo Reino.

Todas as nossas vidas,
como a suas Vidas,
como a Vida d’Ele,
o Mártir Jesus.

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"Chamados pela luz da Tua memória, marchamos para o Reino fazendo História, fraterna e subversiva Eucaristia."

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