Em 1976 foi assassinado pela polícia militar em Ribeirão Bonito, dentro da Prelazia de São Félix do Araguaia, o missionário jesuíta João Bosco Penido Burnier, quando ele e o bispo Pedro Casaldáliga tentavam libertar duas lavradoras inocentes que estavam sendo torturadas pelos mesmos policiais.
Em razão desse martírio, foi erguido na localidade, hoje chamada Ribeirão Cascalheira, o Santuário dos Mártires da Caminhada.
Em 1996 por ocasião dos 20 anos do martírio do padre João Bosco, o Santuário, que tem um belo mural de Cerezo Barredo, foi restaurado e ampliado. Hoje em dia, além de fotos legendadas de mártires brasileiros, homens e mulheres de várias condições sociais e religiosas, o Santuário ostenta também fotos de mártires de vários países da América Latina e do Caribe. É realmente o Santuário Latino-Americano dos Mártires da Caminhada. Aí se fazem periodicamente romarias e vigílias, e ele recebe a visita de grupos solidários. Nos dias 17 e 18 de julho de 2001 foi celebrada no Santuário a Grande Romaria, em comemoração aos 25 anos do martírio do Padre João Bosco.
Para realizar essa atividade e preparar essas bodas de prata e de sangue, foi criada a Irmandade dos Mártires da Caminhada, como uma comunhão de afeto e de compromisso entre todas as companheiras e os companheiros que comungam da memória de nossos mártires e das causas de seus martírios: familiares, membros de uma mesma entidade ou militância, grupos solidários da América ou de outros continentes…
*Texto extraído da Agenda Latino-Americana de 2000.
Somos comunhão de afeto e de compromisso entre todas as companheiras e os companheiros que comungam da memória de nossos mártires e das causas de seus martírios.
“Façam isto em minha memória”.
Nos pede Jesus em testamento.
Façamos isto – que é doar a vida –
em memória d’ele e deles/delas:
guardando viva sua memória;
assumindo atualizadamente suas causas;
proclamando ativamente sua esperança.
Manter viva a memória de tantos Mártires da América Latina e Caribe, sacrificados particularmente ao longo destas décadas de ditaduras militares e das políticas neo-liberais de exclusão e de marginalização social;
Vivenciar em nós a mística pascal do martírio e assumir as Causar pelas quais tantos irmãos e irmãs deram, com sua morte, a prova maior;
Estimular a celebração das datas dos/as mártires, especialmente as mais universais, como 24 de março, o martírio de São Romero; Informar sobre as celebrações, romarias e vigílias martiriais;
Informar sobre as celebrações, romarias e vigílias martiriais;
Produzir ou estimular a produção de material biográfico e de reflexão sobre nossos mártires e a teologia e espiritualidade do martírio;
Manter viva na Agenda latino-Americana Mundial, como uma de suas fidelidades, a memória de nossos mártires;
Tornar presente a memória dos mártires nas celebrações, campanhas, marchas, congressos e em todas as mobilizações das igrejas ou do Movimento Popular.
Pessoas de referencia: Mirim, Tonny, Bispo Pedro, Liz e Edevaldo, além de outros amigos e amigas que vem somando forças e sonhos.