CHARLES EUGÈNE DE FOUCAULD

País do martírio:

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Místico e Mártir
ARGÉLIA * 01/12/1916

Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de setembro de 1858 em Estrasburgo, França. De família nobre, aristocrática, fica órfão de pai e mãe em 1864 e seu cuidado fica a cargo dos avós. Aos 16 anos escolheu a carreira militar, frequenta a Escola Militar de Saint-Cyr e foi combatente na África do Norte. 

Com a morte de seus avós, herdou uma pequena fortuna, que rapidamente se foi, devido à vida de libertinagem, regada de bebidas e prazeres.

No ano de 1883 deixa o Exército e viaja para Marrocos, na África, país fechado aos ocidentais. Para viver ali por dois anos teve que se disfarçar de judeu russo, correndo todos os perigos. Essa viagem de exploração rendeu uma obra etnológica muito apreciada: “Reconnaissance au Maroc” e receber a medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento ao trabalho de investigação no Norte de África. 

Seu contato com a cultura Islã produziu nele uma profunda reflexão e comoção e sobre isto ele escreve: “A visão dessa fé, dessas almas vivendo continuamente na presença de Deus, fez-me antever algo maior e mais verdadeiro que as ocupações mundanas”. A religiosidade muçulmana poderia indicar caminhos ao qual ele estava à procura.

Em 1886, em Paris, encontrou a prima Maria de Bondy e o Padre Huvelin, que o acompanharam na conversão ao cristianismo: “Desde o momento em que acreditei que havia um Deus, entendi que não poderia fazer outra coisa que viver somente para Ele”

Charles decide viver apenas para servir a Deus, e no ano de 1890 ingressou como noviço no Mosteiro Trapista de Nossa Senhora das Neves, na França. Numa radicalidade evangélica ele expressa: “Eu quero gritar o Evangelho com toda minha vida”.

Abandonou o Mosteiro e foi à Terra Santa. Lá, sentiu-se mais próximo de Jesus e adotou a vida de pobreza total. Foi aceito no Mosteiro das Irmãs Clarissas de Nazaré, trabalhando nos serviços gerais.

No ano de 1901 foi ordenado sacerdote, volta ao deserto do Saara, na Argélia, primeiro em Beni Abbès e, depois, em Tamanrasset, entre os tuareg.

O Irmão Charles procura mergulhar na vida dos pobres, pobre entre os pobres, e, para isso, escolhe morar entre os tuareg, se faz um deles, estudando sua cultura e falando sua língua, deixando aberta a porta a todos os que queiram entrar. Assim, torna-se amigo deles, em particular do seu chefe, Moussa; eles o chamam marabuto (homem de oração, homem de Deus), identificando-o com uma das figuras típicas da sua tradição religiosa. 

Em certo sentido podemos dizer que ele foi um precursor da inculturação, não por elaboração intelectual, mas por intuição evangélica. Assim como podemos também dizer que ele foi o precursor do Macroecumenismo, isto muito antes do Concílio Vaticano II. Dizia ele: 

“Estou aqui não para converter os tuaregues, mas para tentar compreendê-los. Acredito que o bom Deus acolherá no céu aqueles que forem bons e honestos. Os tuaregues são muçulmanos, mas Deus receberá a todos, se merecermos”. Em outra afirmação sua explica em profundidade o espírito que o guia: “Os não-cristãos podem até ser inimigos de um cristão, mas um cristão é sempre bom amigo de todo ser humano”.

Charles de Foucauld

Ele tinha o desejo de criar uma nova ordem religiosa, que fosse capaz de viver o radicalismo evangélico, a vida simples, o acolhimento aos irmãos e irmãos independente de sua confissão religiosa ou não, o compromisso com os excluídos. Porém, isso acontece somente muitos anos depois de sua morte.

Charles de Foucauld foi brutalmente assassinado no dia 1º de dezembro de 1916 com um tiro na cabeça por um de rebeldes senussitas tuaregues. 

Por volta de 1933 foi redescoberto por René Voillaune, assim nasce a Fraternidade dos Pequenos Irmãos de Jesus, ou apenas Pequenos Irmãos de Jesus; Irmãs do Sagrado Coração de Jesus de Charles de Foucauld; Irmãzinhas de Jesus de Charles de Foucauld e os Irmãos do Evangelho. 

Há também a Fraternidade Leiga, que integra aqueles que não fazem votos religiosos, mas que vivem a espiritualidade deste “Irmão Universal”, sobretudo no compromisso de servir os mais pobres da sociedade.

A Santa Sé considerou venerável Charles de Foucauld, em 2001, e no dia 13 de novembro de 2005 o Papa Bento XVI o beatificou. No dia 27 de maio de 2020 o Papa Francisco reconheceu um milagre atribuído ao beato Charles de Foucauld, porém sem data ainda para a canonização.

CHARLES EUGÈNE DE FOUCAULD, Presente na Caminhada!

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