MASSACRE DE SAN JUAN

País do martírio:

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BOLIVIA * 24/06/1967

O Massacre de San Juan ocorreu em 24 de junho de 1967, durante o governo pró-imperialista de René Barrientos Ortuño, quando vários contingentes militares invadiram e os campos de mineração de Siglo XX, Catavi e Llallagua. Uma sangrenta e dolorosa página da história do movimento operário boliviano. Essa ação punitiva dos militares aos campos de mineração resultou em mais de 27 mortes e 80 feridos entre os trabalhadores e suas famílias.

Poucos dias antes, os trabalhadores realizaram uma assembleia geral no interior da mina e decidiram exigir a reposição dos salários, a liberdade sindical, a reintegração dos trabalhadores demitidos e sua solidariedade à guerrilha iniciada no sudeste da Bolívia e liderado por Ernesto Che Guevara.

A população de Llallagua e os trabalhadores do distrito mineiro do Siglo XX, se preparavam para receber a festa de São João, como era costume todos os anos, se preparavam para recolher lenha e tábuas para acender as fogueiras e compartilhar com amigos e familiares o tradicional ponche (água quente com canela, frutas cozidas, chá e singani).

Naquela noite o clima estava agradável e até mesmo as rádios La Voz del Minero de Siglo XX e a rádio PIO XII dos Padres Oblatos canadenses estenderam sua transmissão até as 2 da manhã, transmitindo música variada para os ouvintes.

Mesmo com os vários problemas sociais que afetavam os trabalhadores por conta da redução do salário e prisão de alguns dirigentes naquela noite foi por um momento esquecido para celebrarem a tradicional festa de São João.
Estavam presentes vários convidados que dividiam a fogueira ao calor de alguns ponches e dos ritmos nacionais. Convidados estes vindos de vários lugares e de diversas organizações sindicais, universitárias e politicas para na manha de 24 participarem de uma assembleia, na intensão de discutirem sobre as questões trabalhistas.

Sabendo a possível aproximação entre os Mineiros e a Guerrilha e o qual letal poderia ser para o seu mandato, Barrientos ordenou a incursão dos militares na mina Siglo XX.

Chegaram às 4h40 da manhã, a fogueira pouco iluminavam o ambiente. Centenas de soldados totalmente camuflados e treinados para matar invadiram a localidade e com tiros de metralhadoras, rifres e granadas mataram 27 pessoas e deixaram 80 feridos. Um verdadeiro massacre onde vários trabalhadores, mulheres, idosos e até crianças sofreram a brutalidade de um governo ditatorial.

Após o sangrento massacre, várias ambulâncias do Hospital Catavi começaram a recolher os corpos mutilados, feridos e pessoas ensanguentadas. Os membros das famílias fizeram o mesmo, levando seus entes queridos para casa para cuidarem deles e depois seguirem para o enterro.

O objetivo do massacre era neutralizar os mineiros militantes que reivindicaram seus direitos e construir um muro para eles apoiarem a guerrilha.

Os responsáveis pela operação que resultou o Massacre de San Juan foram o General Amado Prudencio, Coronel Alfonso Villalpando, Major Pérez e o Capitão Zacarías Plaza, que é descrito como o homem mais odiado das minas, que anos depois foi cruelmente assassinado por membros do ELN.

A investida militar contra os campos de mineração empreendida pelo governo de Barrientos teve o apoio dos Estados Unidos e das ditaduras vizinhas, principalmente do Brasil, Argentina e Paraguai.

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.

MASSACRE DE SAN JUAN, Presente na Caminhada!

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