Ativista dos direitos humanos guatemalteca nascida em Chimel, pequeno povoado localizado ao norte da Guatemala, Prêmio Nobel da Paz (1992) de uma família de camponeses índios e pobres, mostrou ao mundo a antiga cultura Maia-Quichéo. Cresceu trabalhando na fazenda familiar, nos altiplanos do norte onde a família dela viveu, na costa de Pacífico onde adultos e crianças iam colher café nas grandes plantações. Ainda adolescente foi envolvida em atividades de reforma sociais promovidas pela Igreja católica, e destacou-se no movimento de propriedade das mulheres.
Seu trabalho de reforma despertou a oposição dos poderosos, especialmente depois que uma organização de guerrilha se estabelecesse na área e sua família, foi acusada de integrar atividades subversivas. Seu pai, Vicente Menchú, foi preso e torturado e depois da liberação, ajudou a fundar o Comitê da União de Camponês (CUC), organização que a filha também filiou-se (1979), infeliz ano em que seu irmão foi preso, torturado e morto pelo exército. No ano seguinte, foi a vez de seu pai ser assassinado, quando forças de segurança atacaram violentamente a Embaixada espanhola, onde ele e alguns outros camponeses estavam instalados.
Pouco depois sua mãe também morreu depois de ter sido presa, torturada e humilhada ao extremo. A jovem ativista no entanto não desistiu da luta na CUC, e aprendeu espanhol como também outros idiomas maias além do Quichéo nativo dela. Figurou como organizadora proeminente de uma greve promovida pelo CUC (1980) e reivindicou melhores condições para os trabalhadores de fazendas na costa do Pacífico, e no dia 1 de maio (1981), encabeçou grandes manifestações na capital de seu país. Filiou-se à radical Frente Popular 31º de janeiro, onde sua contribuição principal consistiu em educar a população índia de camponeses à resistir a opressão militar.
Perseguida, escondeu-se na Guatemala (1981), e conseguiu fugir para o México, feito que marcou o começo de uma nova fase na sua vida. Tornou-se organizadora no estrangeiro da resistência contra a opressão na Guatemala e a luta para direitos humanos dos índios camponeses. Foi uma das fundadoras da frente de oposição comum ao governo guatemalteco, a Representação Unida da Oposição Guatemalteca, a RUOG (1982). No ano seguinte, ela contou a história de vida dela a Elisabeth Burgos Debray, cujo livro resultante, chamado o inglês, I, Rigoberta Menchú (1983), tornou-se um documento humano que atraiu a atenção internacional.
Tornou-se membro do Comitê Coordenando Nacional do CUC (1986), e o ano seguinte ela narrou um importante filme chamado Quando as Montanhas Tremem, sobre as lutas e sofrimentos dos descendentes maias. Em pelo menos três ocasiões, voltou à Guatemala para lutar pela causa dos camponeses índios, mas ameaças de morte a forçaram a voltar ao exílio. Tornou-se conhecida como defensora da propriedade índia e reconciliação étnica-cultural, não só na Guatemala, mas em outros países latinos, e seu trabalho tem sido reconhecido e ganhou vários prêmios internacionais.