Oscar Arnulfo Romero Galdámez, São Romero da América, arcebispo de El Salvador.
Nasceu no dia 15 de agosto de 1917, na cidade de Barrios, departamento de San Miguel, em El Salvador. Estudou no Seminário Claretiano e com os Jesuítas até 1937, seguindo depois para a Universidade Gregoriana em Roma, onde ficou até 1943.
Ao retornar a seu país, trabalhou na Diocese de San Miguel, sendo pároco na cidade de Anmamorós, secretário episcopal, reitor da Catedral de San Salvador.
Em 03 de maio de 1970, foi nomeado Bispo auxiliar de Dom Luis Cháves y Gonzáles, então arcebispo de San Salvador e em 23 de fevereiro de 1977, foi nomeado Bispo Titular da arquidiocese de San Salvador.
A perseguição à Igreja transformou em mártires seus melhores sacerdotes e leigos, e com o martírio do jesuíta Pe. Rutilio Grande e os dois catequistas no dia 12 de março de 1977, Romero tomou a decisiva posição em favor do povo salvadorenho, “sendo a voz dos sem voz”.
Começou a receber em sua casa, grupos de camponeses, mães de família, mulheres simples, jovens, que relatava a perseguição e violência que estavam sofrendo, bem como lhe falar sobre parentes e amigos que foram mortos pelo regime militar.
Amigo, irmão e pai dos mais pobres e marginalizados, sabia como ninguém, acolher suas dores e esperanças.
O povo ouvia todos os domingos suas homilias, anunciando a Boa Nova do Evangelho e também denunciando todo o pecado pessoal e social.
Devido o seu compromisso com o povo salvadorenho e as denúncias que fazia das torturas e martírios que o povo vinha sofrendo, as autoridades militares começaram a perseguir os seus colaboradores mais próximos. Romero recolheu o sangue, as inquietudes, a dor e as esperanças de seu sofrido povo. E como bom pastor soube dar a vida por suas ovelhas.
Em plena Eucaristia, na capela do Hospital Divina Providência, no dia 24 de março de 1980, uma bala lhe atravessou o coração, caindo ele próprio mártir assim como tantos outros salvadorenhos.
Na sua última homilia no dia 23 ele exortava as forças da repressão: “Nenhum soldado é obrigado a obedecer a uma ordem que seja contra a lei de Deus: NÃO MATARÁS… Suplico-lhes. Rogo-lhes. Ordeno-lhes em nome de Deus: CESSEM A REPRESSÃO!”.
Romero já havia profetizado: “Se me matarem, ressuscitarei na luta do meu povo”
Já reconhecido como um santo mártir pelo povo, foi beatificado na capital salvadorenha, no dia 23 de maio de 2015.
Na ocasião da beatificação Dom Vicenzo Paglia ao desembarcar El Salvador, declara: “Romero deveria ser beatificado sob o pontificado do primeiro Papa latino americano. Hoje consigo entender em profundidade o porquê de tantos atrasos: Deus esperava pelo Papa Francisco. Deus escreveu esta página com as linhas tortas dos opositores”.
Uma grande multidão se fez presente na beatificação, vindas dos vários lugares do mundo para este momento tão significativo da Igreja Latino-Americana, e juntos serem testemunhas do compromisso com as Causas e Lutas das quais o sangue de Oscar Romero e tantos mártires derramados neste chão martirial não fossem em vão, pois nestas terras banhadas de sangue e sonhos sementes de esperanças nasceram e nascerão.
No domingo 14 de outubro de 2018, o Papa Francisco canonizou Dom Oscar Romero junto com outros novos santos; Papa Paulo VI, os padres italianos Francesco Spinelli e Vincenzo Romano, as religiosas Maria Catarina Kasper e Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesus March Mesa, e o leigo italiano Nunzio Sulprizio.
Texto organizado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada.